sábado, 30 de maio de 2009

Um terço de sábado...


Acordei. Não levantei da cama. Preferi imaginar o meu dia já planejado. Um dia perfeito. Havia esquematizado cada momento daquele sábado. Me sentia bem. Ia ser maravilhoso. Pensava em cada segundo de pura felicidade. Levantei, por fim. Andei, quase que pulando, até a cozinha e me servi de um lindo café da manhã. O tempo estava frio, do jeito que eu queria que estivesse. Achei mais perfeito ainda. Corri até o jardim e afundei meus pés descalços na grama macia. Olhei para cima, apesar de frio, o céu estava limpo. Respirei fundo. Senti o ar puro da manhã purificar toda a minha alma. Como estava feliz. Voltei para meu quarto com um lindo sorriso estampado no rosto. Resolvi tomar um banho. Acariciei os cachos do meu cabelos carinhosamente debaixo da água morna do chuveiro. Relaxei. Estava em paz. Paz de espírito, tudo porque o dia havia chegado. Ao sair do banho me vesti com muito cuidado, combinando cores e estampas. Escolhi um roupa clara, com cores não muito fortes. Me senti purificado. Me senti leve. Enquanto esperava o telefonema, resolvi assistir um filme. Horas se passaram. Comecei a ficar ansioso. Meus pais começaram a brigar. Comecei a me estressar. Fui incluído na discussão. Brigamos. Voltei para o meu quarto logo em seguida, não tão feliz como antes. Respirei fundo e resolvi me distrair na internet. Horas se passaram. Almoçei. Nada do telefonema. Resolvi ligar. Não me atenderam. Perdi o brilho do olhar. Comecei a perder, também, as esperanças. Passei a tarde inteira na frente do computador. Meu dia perfeito não tinha nada de perfeito. Não estava mais feliz. Nem me importava mais com os raios solares que entravam na minha janela. Deu tudo errado, por fim. Nada do que havia programado aconteceu. Me entristeci.

Refleti: Valia a pena? Valia a pena ficar triste porque não deu certo o programado? Pensei no quão estava feliz mais cedo, e conclui que não valia a pena. As coisas acontecem porquê tem que acontecer. Não devemos nos prender nas ilusões de programações imprecisas. Se há saída, saia. Se há volta, volte. Se há caminho, siga. Mas, nunca pare no meio. Voltei a sorrir. Levantei da cadeira e fui fazer valer a pena aquele resto de sábado. Um resto que, apesar de pequeno, me deu muita felicidade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário