segunda-feira, 18 de maio de 2009

Segunda, nem muito reflexiva...

- Me conta uma história?
- Qual?
- Ah! Escolhe uma você!
- Vou inventar, então!
- Está bom!
- Em uma fazenda, não muito longe daqui, morava uma garota apaixonante, simpática, meiga, sensível, e de muito bom-humor. Ela era alta, magra e de pele clara e macia, o que lhe dava muita voluptuosidade. Possuía longos cabelos castanhos e brilhantes como um raio solar em uma gota d'água. Jéssica era o seu nome.
- E ela tinha um cavalo? - Questinou, interessada, a garota
- Claro! A menina já vivia seus dezessete anos e o que mais gostava de fazer era cavalgar. Não possuía muitas amigas e nunca namorou. Sentia-se rejeitada. Apesar de bela, nunca aparentou ser uma menina "interessante", digo, digna de uma investida.
- Que crueldade! Como podem julgar alguém assim?!
- Pois é! E o pior é que ela sofria muito com isso...

Como sofria! Achava que ninguém me queria. Eu observava os cavalos e cheguei à conclusão de que o amor é como uma grande cavalgada. Primeiro encontramos o cavalo certo, afinal será ele a base do relacionamento. Pode ser um cavalo bonito, ou bravo, ou calmo de mais, ou até mesmo uma mula. Somos nós quem escolhemos o motor da relação. Logo em seguida, montamos nele, ou ao menos tentamos montar. Pode ser que levemos um coice e que o cavalo não seja o certo para nós. Entretanto, se conseguirmos equilibrar, arriscamos o primeiro passo. E nos deixamos levar pelo embalo da cavalgada. Sentimos a doce brisa da manhã a volver os cabelos e o ar puro do campo a entrar nos pulmões. Ficamos felizes, satisfeitos e leves. Todavia, devemos tomar cuidado com o caminho, poderemos encontrar pedras nele, poderá haver uma árvore bem no meio, mas não podemos deixar que isso nos pare, pois temos capacidade de desviar e se recuperar dos tropeções. Além disso, devemos entrar em consenso à respeito da direção que queremos levar o relacionamento, pois se puxamos o cavalo para lados opostos, entraremos em choque e poderemos cair. E o tombo em movimento é bem mais grave e machuca muito mais. Quando se ama, não sentimos medo dos riscos e superamos qualquer topada...

- Ela amava alguém? - perguntou, intrigada, a garota.
- Com certeza! O que ela mais procurava era alguém que a amasse. Amou várias vezes, e sempre foi rejeitada...

Rejeitada com um coice de quem nunca cavalgou. Eu andava a procura de meu cavalo, e quando achava que finalmente o tinha encontrado, voava ao chão com toda velocidade e sentia o impacto da queda sobre os meus ossos, de forma a esmagá-los com a intensidade da rejeição somado à gravidade. Várias foram as vezes em que caí. Nem cheguei à dar o primeiro passo, pra ser sincera. Mas nunca, nunca desisti de continuar tentando. Cheguei até a pensar que não tinha nascido para cavalgar. E, mesmo com esse ar de perdedora, eu ainda acharei quem me fará feliz. Não tenho dúvidas.

- Ahh não! Se essa história não possuir um final feliz eu nem quero que você termine!
-Mas, a história nem começou!
- Mesmo assim! Não gosto de finais tristes!
- Somos nós quem montamos o final de nossas histórias. Tristeza e felicidade são relativos. O rumo que a nossa vida toma é escolhido por nós mesmos...

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