terça-feira, 19 de maio de 2009

Terça, nem muito confusa...


Haviam três vasos. Três flores. Três amores. A tulipa era a planta mais antiga dali, no vaso mais velho. Não chegou a nascer - para falar a verdade - e acho que nem vai. Porém, a semente continua debaixo da terra. E o jardineiro, continua a regá-la. Quando plantada, foi tratada com muito cuidado e carinho. Foi selecionado para ela a melhor terra, o melhor vaso e o melhor lugar, o mais ventilado. Havia total dedicação para com aquela planta. Porém, por mais que o jardineiro observasse se o sol a machucave, ou se ela reclamava da falta de água, a semente não se tornou planta. Chegou à criar raízes, mas não se desenvolveu. Hoje, por mais que ela não dê folhas e flores, não a deixou de lado. Regou-a todos os dias, sem permitir que ela morra.

O segundo vaso é um pouco mais novo. Nele há uma orquídea. Também não se desenvolveu. O jardineiro não a tratava com grande dedicação, que nem fazia com a tulipa. Na verdade, essa planta foi cultivada para esquecer o erro que foi a primeira. Não deu certo. O pH do solo era muito ácido, e a semente não tinha vontade nenhuma de criar raízes. Não as criou. Talvez, se ele se empenhasse mais com essa simples planta, ela viria a nascer. Mas não tinha vontade. Não queria se decepcionar novamente.

A terceira e última veio como de surpresa. Jogou a semente em qualquer lugar e nem depositou esperanças. Nasceu um lindo Lírio. Ele se desenvolveu por completo. Entusiasmado o jardineiro o colocou em um vaso e começou a cuidar dele. Entretanto, a planta suicidava-se. Rejeitava à agua e os carinhos que o pobre homem a dava. Sem saber o que fazer, regava-a sem deixá-la morrer. Era tudo o que podia fazer...

Na minha vida há três vasos. Três amores. Uma Tulipa, uma Orquídea e um Lírio.

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