sábado, 29 de agosto de 2009

Para um grande amor...




O destino já foi traçado,
Mesmo assim, pode ser mudado,
Mas essa não é a minha vontade
Já que encontrei a felicidade;


Um amor que tão rápido nasceu
E que, hoje, domina todo o meu eu
Um sentimento sem vaidade
Que durará a eternidade


Na distância de dois corpos
Na proximidade de dois corações
Meus pensamentos em você
Estão cercados de sensações.

sábado, 22 de agosto de 2009

Medo?


-Do que você tem medo?

Simples e objetiva foi a pergunta. Minha resposta, no entanto, não foi tão objetiva...

- Não creio que seja apenas medo. O medo nos impede de ir em frente, mas já fui muito adiante. Uma agonia, talvez. Agonia em consequência a essa caminhada que não sei se foi certa ou errada. O medo, provavelmente, está relacionado com a indecisão. Indecisão que me impede de ir em frente ou voltar e procurar uma nova estrada.
- Medo de errar?
- Não. O erro não me assusta mais. Talvez o que me aflige é o fato de persistir no erro. Sei que estou perdido, não sei em qual dos dois caminhos eu sofro mais. Continuo andando, ou volto e mudo de estrada?
- Mas existem maneiras de fugir do sofrimento. Nem todos os caminhos nos levam a ele. Basta analisar bem e se esforçar ao máximo para não ser influenciado.
- Não quando se trata do amor. Não quando se está desestimulado em relação ao conceito desse sentimento para muitas pessoas. Será que existe alguém que saiba realmente lidar com o sentimento puro e sincero que domina todo o meu corpo? Será que existe alguém preparado para receber o meu mais doce sentimento sem se confortar de mais nele e esquecer que existem outros sentimentos em uma pessoa? Será que é capaz de haver algum indivíduo que saiba realmente que o respeito e o amor andam juntos? Não sei...com o passar dos anos tenho acreditado menos nisso, e o mundo só me comprova de que o amor dos homens não é o amor que eu quero pra mim.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Banho das violetas


O céu escurecia. Não era a noite que se anunciava, mas uma nuvem cinza gigantesca dominava todo o espaço azul por cima da Chácara. O vento chacoalhava as folhas das grandes árvores daquele jardim, emitindo um zumbido característico. Nina se encontrava perto do canteiro de violetas. As flores eram o seu refúgio. No meio delas Nina se descobria. Via as flores e via seu coração. Sentia o cheiro e sentia-se viva. Sentou-se na terra macia sem se importar em sujar o vestido. Ficaria ali indeterminavelmente, não se importava com o tempo que fechava. Tocava, delicadamente, as pétalas da flor como se carinhasse um coração aveludado. Fechava os olhos de forma a sentir mais presente aquele sentimento. "Violetas são tão delicadas e sensíveis quanto a senhora, Nina", dizia o jardineiro.

O céu se encontrava completamente cinza. Trovões pertubavam o silêncio que habitava aquela região da Chácara. As primeiras gotas começavam a se desprender das nuvens. E, em tão pouco tempo a chuva tomava vida. Nina, no entanto, continuava sentada perto das violetas. Betty, a governanta da casa, chamou-a várias vezes, receando a possibilidade de sua patroa pegar um resfriado. Mas ela não ouvia, ou não queria ouvir.

Ainda com os dedos entre as flores, Nina ergueu sua cabeça para cima de forma a permitir que a chuva molhasse diretamente o seu rosto, como as flores que eram lavadas com tanta intensidade. Não queria sair dali. Estava mais do que se molhando, estava lavando a alma.