sábado, 26 de junho de 2010

Minha alma...

Minha alma é uma porta de madeira velha com a trinca enferrujada. Minha alma é uma caravela portuguesa nos tempos de expansão marítima. Minha alma é o choro de um recém-nascido. Minha alma é bolo caseiro feito por vó em dia de chuva. Minha alma é tempestade de primavera. Minha alma é trilha sonora de filme francês. Minha alma é um beijo apaixonado, um sorriso sincero, um olhar profundo. Minha alma é um suspiro lento, uma baforada quente nas mãos frias. Minha alma é um cartão postal com palavras doces. Uma carta sem destinatário. Minha alma é a ansiedade de criança pro presente no Natal. É abrir ovos de páscoa. Minha alma é um banho quente no inverno. Minha alma é almoço de família em dia de domingo. Minha alma é piquenique em praças. Piadas ditas, gargalhadas soltas. Minha alma são sorrisos na webcam, fotos no computador. Minha alma é sua voz contando números no meu ouvido. SMS num domingo. Minha alma são sotaques no microfone, conversas no MSN. Minha alma é transparente. É um carro que corre apressadamente. Minha alma é doce como creme de amendoim. Minha alma é pura como o sorriso de uma criança. Minha alma são mãos dadas, segurança. Minha alma é o céu, são as estrelas, as nuvens. Minha alma é um café do starbucks. Chocolates. Minha alma é um coração batendo disparadamente. Minha alma é uma falta, uma ausência, uma vontade. Minha alma é tudo e nada. Minha alma só será minha quando a sua estiver por perto. Porque a sua me completa, a sua faz a minha alma querer ser mais do que minha, mas nossa!

domingo, 13 de junho de 2010

Sobre um despertar

Onze horas da manhã. Acordamos. Nossos olhares se cruzaram como se precisássemos do brilho um do outro pra nos mantermos vivos na penumbra do quarto onde nos encontrávamos. Sorrimos como se fizéssemos um convite para deitarmos juntos, aquecendo-nos na manhã fria de domingo. Levantou e se juntou à mim, me abraçando. Apertarmos-nos como uma criança aperta seu ursinho de pelúcia quando sente medo do escuro. Ao nos soltarmos, inclinei sua cabeça como se algo estivesse acontecendo.
- Que foi?
- Vem cá - respondi pegando a sua cabeça e colocando-a sobre o meu peito com a intenção de mostrar-lhe o som ritmado do meu coração. - Ele tá falando com você...Tá ouvindo?
Fez que sim com a cabeça prestando muita atenção nas batidas que meu coração fazia sobre o meu peito.
- Tá dizendo "eu te amo" em código morse...
Inclinou a cabeça para me olhar. Sorrimos. Os olhos brilharam ainda mais intensos. Nos beijamos. E aquele beijo tão bom quanto todos os que vieram antes e depois dele tornaram-se mais um complemento para nossos corações que se pertenciam. Pra sempre...
Tum tum.
Tum tum.
Tum tum.