sábado, 25 de julho de 2009

Por que você gosta de ler?


Certa vez, deitado sobre a cama com um livro nos braços eu tentava me distrair. Abri a capa sem demonstrar muito interesse no que, possívelmente, encontraria depois dela. Pulei a introdução, o prefácio e tudo mais que barrava o início da narrativa. Começei a ler. As cenas, os personagens, os movimentos, as expressões, tudo. Tudo parecia sair do livro e preencher meu espaço. Meus olhos corriam pelas frases com a mesma velocidade que meu cérebro e minha imaginação montavam os cenários. Conseguia sentir as vozes dos personagens nos meus ouvidos. Criava laços de amizades e companherismo com os seres irreais que compunham a história. Passava pelos dramas e situações com o mesmo desespero e sentimento que eles. Me sentia dentro do livro. Ou sentia o livro dentro de mim.

Leio um capítulo, dois, três, dez. Sem pressa de chegar ao final. A vida não deve ser corrida, nem a nossa, nem a inventada. Sorrio para a mais amigável personagem - Às vezes, até a convido para tomar um café. - Congelo o tempo de vez em quando - Sabe aquela cena maravilhosa que você imagina e nunca esquece? Então, fico a admirá-la. - Vivo aventuras que sei que nunca viveria no mundo real. Aprendo coisas, crio opniões, faço fatos. Tudo graças à esse mundo paralelo.

Ler me completa. Ler constrói meu espírito. Desde o pior romance à melhor crônica. Impossível não absorver nada. Os livros me ajudam a construir meu mundo paralelo. É divertido misturar personalidades de personagens diferentes e de hitórias diferentes de autores diferentes, criando o seu próprio personagem - Como misturar os devaneios de Amélie Poulain aos sonhos e inteligência de Virgínia de Ciranda de Pedra (Lygia Fagundes Telles)-. Esses meus amigos contruídos à partir dos livros ficam guardados no meu subconsciente, e às vezes, me recorro a eles para contruir uma idéia. Os personagens fazem parte de mim. Me representam.

Último capítulo: Me emociono com o desfecho - mesmo não sendo o melhor de todos -. A história e as pessoas dali fizeram e fazem parte da minha vida. Estarão guardadas dentro de mim. Lição tirada, fecho o livro. Volto à minha realidade e agradeço a mais uma base para construir a minha história.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Brincando...


Um, dois, três, quatro...

Tarde de sábado. Sentado no meio-fio me pus a esperá-la. O dia estava claro, sem nenhuma nuvem no céu. O sol intenso aumentava o brilho das folhas verdes das árvores. O asfalto fervia. Inclinei minha cabeça de forma a possibilitar-me admirar discretamente as crianças que brincavam na rua. A menorzinha - cerca de 6 anos e pouco - era explorada pelas mais velhas. Era sempre ela a que ficava com a parte mais chata da brincadeira.

- Vamos brincar de cesta de frutas?
- Como é isso? - Indagou um dos meninos -.
- É simples. Cada um recebe o nome de uma fruta. Depois um de nós é sorteado para começar. O sorteado escolhe a fruta que fará par com ele. Depois a gente faz um grande pega-pega de frutas, mas só os casais participam.
- Mas não tem par para todo mundo! Sobra um!
- Por isso a gente vai revezando!
- Então tá bom!

Me interessei pela brincadeira e analisei passo à passo do que elas faziam.

- Você será o mamão! - Disse uma dos meninos apontando para a primeira criança da fila-.
- Você será a Uva!
- Abacaxi!
- Morango!
- Maracujá!
- Limão!
- Amora!
- Pêssego!
- E eu? - Disse a pequenina-.
- Você será o tomate!
- Tomate? Mas tomate não é fruta!
- É sim! E você será o tomate, ou não brinca!

A brincadeira começou e ninguém gritou Tomate. A menina ficava sentada observando seus amiguinhos se divertirem, louca para ser chamada. Mal sabia ela que o tomate, apesar de fruto, nunca fará parte de uma cesta de frutas. Passaram-se longos minutos e a garota continuava sentada esperando ser chamada. Até que surgiu uma cabeça no portão gritando:
- Criançada! Está na hora de acabar com a brincadeira! Vamos todos entrar para fazer um lanche!
- Eba! - Apoiaram a maioria-.

E a menininha continuava sentada. Olhou cabisbaixa para os lados e viu que eu a observava, então disse:

- Moço, posso te fazer uma pergunta?
- Claro!
- Você acha que os tomates são especiais?

sábado, 18 de julho de 2009

Sopa de idéias...

Hoje acordei leve. Pensei nos diversos diálogos que tivemos - Me conforta saber que tenho você -. Olhei para o travesseiro que estava entre os meus braços. É, travesseiros não cobrem vazios.

Sabe de uma coisa? Amar, meu amigo, é lindo! A gente fica bobo e não tem vontade de fazer mais nada. Mas, amor verdadeiro não é fácil de se arranjar. Nada nessa vida é fácil de mais, não é mesmo? Os obstáculos fazem parte. E nos faz crescer!

Nosso amor, apesar de jovem, é tão maduro, tão bonito, tão essêncial. Como o sol numa tarde fria de inverno, entende? Nossos obstáculos parecem me sufocar, mas ao mesmo tempo me fortalecem, porque sei que não há barreira que nos pare. Nosso amor é intenso e forte.

-Acredita em Alma Gêmea?
-Não acreditava

Nossa relação é muito mais do que amor. É amizade, é paternal, é fraternal, é cumplicidade, é apoio, é tudo. É lindo e me faz forte!

Quero te dar as mãos e seguir ao seu lado na estrada da vida.

11:30 indicava o relógio. Levantei.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Má Ring Ahh!

Deito em minha banheira e começo a brincar com as bolhas. A cada momento em que elas estouravam eu refletia. Refletia sentimentos que me confundiam como o sabão no meio da água.

Como pode um sentimento, em um simples momento se tornar tão intenso?
Como pode um amigo ser muito querido à todo momento?
Como pode a distância, em qualquer circunstância, separar os que amam?
E como faço agora, para não pensar você toda hora?
Como faço então, para não mudar de tom e ter você?
É só esperar, não esquecer de sonhar para que um dia possa se realizar!

Ploc Ploc Ploc - responderam-me as bolhas -.

[Tradutor de bolhas: Siga o seu coração e seja feliz!]

Seguirei bolhas, seguirei!


sábado, 11 de julho de 2009

Risque e rabisque...



O lápis dançava sobre o papel deliciosamente, de forma a deixar seus rastros por onde passava. Todo aquele movimento clássico seguido de rabiscos suaves geravam no papel o mais perfeito desenho. Não era um desenho qualquer, ou copiado. Era algo original. Inspirado em toda a vontade de se expressar. Expressar de forma metafórica todo o sentimento que o desenhista possuia.

E, com paciência, tempo e delicadeza a obra-prima estava pronta. Não era apenas um desenho. Era um portal. Um portal para o subconsciente de um ser, para um mundo onde a imaginação não tem limites.

Possuir um mundo nosso não é difícil. Imaginar e fantasiar é o que mais fazemos. Cada pessoa tem um universo só seu, e é neste lugar onde a maioria delas se refugiam. O desenho, o teatro, a arte em geral é a forma de trazer um pouco desse mundo individual para o mundo real. Mas, poucas as pessoas gostam de se expor.

Apesar de tudo isso vejo um defeito no ato de fantasiar. Um único defeito, mas de grande proporção. Algumas pessoas ficam muito envolvidas neste refúgio, obnubilando-se da verdadeira realidade. Viver nas nuvéns é bom, mas manter os pés no chão é importante.

Abuse deste seu dom, mas não se prenda a ele, há outros que você deixa de adquirir devido a essa pseudo auto-suficiência.

Crack!

E a ponta do lápis é arremessada, à toda velocidade, para longe do papel.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Alô?


Quatro pessoas. Haviam quatro pessoas naquela casa. Era noite e, em plena quinta-feira, os integrantes daquela família realizavam, de forma rotineira, suas tarefas. A mãe costurava em seu quarto de costura, o pai assistia televisão, a filha mais nova se entretinha na frente do computador, e o filho mais velho jantava na cozinha. Aquele silêncio interno e clima do qual todos alí estavam submetidos deveria ter sido quebrado no momento em que o telefone tocou. Mas, não aconteceu. No quarto de costura a mãe se concentrava tanto no que fazia e não permitiu que nada a dispersasse. Na sala o pai resmungava e, cercado de raiva, permitiu que o orgulho não deixasse seu braço se esticar para retirar do gancho o aparelho e, com isso, cessar todo aquele barulho provocado pelo sinal de ligação feita no telefone. A filha, movida pela preguiça e falta de interesse não sentiu vontade de descobrir quem estava do outro lado da linha e com quem queriam falar. E finalmente o garoto que, disperso no meio de seus devaneios e concentrado em sua refeição, não dava muita importância para o telefone que chamava incessavelmente. Minutos se passaram e ninguém atendeu.

Trimm Trimm Trimm Trimm Trimm Trimm

- Alô?
- Boa noite!
- Boa noite! O Senhor Francisco se encontra?
- Sim, só um minuto...
- Ok
- ...
- ...
- Alô?
- Senhor Francisco?
- Sim, ele mesmo...
- Boa noite!
- Boa noite, quem fala?
- Bem, a empresa de telefonia Ding está oferecendo para você um pacote de assinante incrível! Caso o senhor esteja interessado eu...
- Desculpe-me mas no momento eu não estou muito interessado!
- Mas a Ding oferece para o senhor um pacote chamado " Ding pra Você" que inclui Ding Acelerador, Ding Mail, Ding Wi-Fi Conta ou Ding Wi-Fi Cartão, Ding Internet Banda Larga e ainda Ding Fixo!
- Err... Desculpe-me mas no momento...
- Quem sabe o senhor não se interessa em participar da promoção " Ding Conta Total", onde o senhor estará ganhando vinte reais por mês em torpedos no seu Ding móvel!
- Olha, no momento eu não estou disponível e interessado! Volte outra hora!


Trimm Trimm Trimm Trimm Trimm Trimm


- Alô?!
- "Você ligou para a casa da 'Beth', 'Lucas', 'Antônio' e Clara e no momento não podemos te atender, ligue mais tarde ou deixe recado após sinal"....Beeeeeeeeeep!


Trimm Trimm Trimm Trimm Trimm Trimm


- Oi!
- Alô?
- Com quem eu falo?
- É da casa da Júlia?
- Não tem essa pessoa aqui não!
- O telefone é 3657-8990?
- Sim! Mas não tem Júlia aqui não, você deve ter anotado errado!
- É... Desculpa!
- Nada...


Trimm Trimm Trimm Trimm Trimm Trimm


- Tanana! Tanana! A Telemar informa, não é possível completar a sua chamada, o número discado encontra-se desligado ou fora da àrea de cobertura! Thururu!


Trimm Trimm Trimm Trimm Trimm Trimm

- Disca-Disca-Disca-Disca.
- Diiip... Diiip... Diiip... Diiip... Tu Tu Tu Tu Tu Tu Tu...


Trimm Trimm Trimm Trimm Trimm Trimm

Não importa quantas vezes o telefone chame, no momento é assim que me sinto: incomunicável. Como se tudo ao meu redor me estressasse de alguma forma. O desconforto é o que mais me incomoda. Mas, achei a solução: Simplesmente peguei o telefone que dá acesso a todos os fatores que me chateiam e o tirei do gancho. Agora estou incomunicável...Incomunicável...

terça-feira, 7 de julho de 2009

Em que mundo?


"Celular vendo, troco e desbloqueio celular!"
"Mega-sena acumulada pra hoje! Dez milhões a mega-sena pra hoje!"
"Compro ouro!"
"Alça de silicone para sutiã"

O centro da cidade estava vivo. Pessoas corriam atrás do sustento para cada dia. Uns atropelavam os mais lerdos, outros disputavam aos berros os seus anúncios. Quem, apenas, passava ali corria na calçada sem se importar com o que diziam. As lojas esmagavam os consumidores com anúncios e ofertas de seus produtos. Outras procuravam chamar atenção com músicas ou um locutor dos preços no microfone. Homens e mulheres carregados de sacolas e preocupações. Alguns comentavam da vida alheia, outros do cansaço no trabalho, e ainda tinham aqueles que, apressados, nem se quer abriam a boca. A cidade fervia. O desespero econômico de país subdesenvolvido misturado com a heterogeneidade social dominava todo aquela área comercial. Todos os seres humanos ali presentes estavam em sintonia.

Sintonia com a euforia consumista e capitalista. Todos, exceto um.

Um que observava tudo, silenciosamente, sem se incluir no meio de toda aquela aflição. Talvez ele tenha sido o único, no meio de tanta gente, que reparou atentamente no passarinho que procurava alimento perto do carrinho de pipocas, estacionado em frente ao ponto de ônibus, para alimentar seus filhotes no ninho que se encontrava no alto da árvore logo ali em frente. Talvez era o único que não permitia todo aquele agito perturbar a sua serenidade interna. Ele estava em paz e de bem com a vida. Olhava para o nada e sorria pra ninguém. Pisava levemente no solo como se fosse algodão. Sentia o ar mais fresco e puro. Balançava o corpo como se não existisse atrito. Por mais rodeado de poluição sonora que fosse, escutava apenas o silêncio ou a voz do coração, da alma.

Olhou carinhosamente para os lados antes de atravessar a avenida, e sentindo o ritmo de suas pisadas na faixa de pedestre nem reparou no ônibus que atravessou o sinal vermelho indo se chocar de frente consigo, não sentindo nem a dor da morte.

Assim o sistema quer funcionar: excluir aqueles indivíduos que fogem das regras e eliminar, por seleção natural, os menos adaptados à esse sistema. Mas, sabemos que há formas de alcançar a, até então, utópica felicidade sem precisar fazer parte deste método: " Faça o que o mundo manda, mas não seja o que o mundo é!"
Viva da maneira que achar correto, buscando sempre a sua felicidade, mas sem prejudicar a dos outros.

"Celular vendo, troco e desbloqueio celular!"
"Mega-sena acumulada pra hoje! Dez milhões a mega-sena pra hoje!"
"Compro ouro!"
"Vendo alça de silicone para sutiã"

sábado, 4 de julho de 2009

Gostaria?


Sexta, 10 de Maio

Recebi sua mensagem com o aviso de que viria me ver. Ansiosamente contei as horas a tua espera. Sabia que recusaria o meu convite de se hospedar em meu apartamento, mas o arrumei mesmo assim. Ajeitei o melhor quartinho ( aquele que tem uma vista maravilhosa para a praça em frente ao meu prédio). Faxinei toda a casa. Fui ao supermercado e comprei coisas gostosas para preparar no jantar pra quando você chegar. Comprei, também, uma boa garrafa de vinho. Aluguei uns filmes legais para assistirmos juntos. Pronto. Estava tudo arrumado aguardando a sua chegada. O apartamento e eu.

Sábado, 11 de Maio

Acordei cedo. Tomei meu café, troquei de roupa e fui dar uma passada no Shopping para comprar um presente para você. Escolhi um filhote de cachorro. Era da raça Beagle. Uma fêmea. Voltei correndo para o apartamento. Ajeitei a cachorrinha no quartinho vazio e espaçoso que se encontrava nos fundos, junto com seus acessórios: cestinha de dormir, vasilha de água, ração e os demais brinquedos. Almoçei e tomei um banho. Me arrumei e fui até a rodoviária. Ceguei uma hora e meia adiantado, então comprei uma revista e me dispus a lê-la. Passado algum tempo, você finalmente chegou. Ficamos alguns minutos abraçados. Sem dizer uma palavra. Nossos corações pulsavam em harmonia, um sobre o outro, e isso já dizia tudo. O momento foi interrompido por uma senhora que caiu no chão ao tropeçar na alça da grande mala que carregava. Depois de ajudá-la a se recompor, dirigimo-nos até o meu carro, onde fomos até o meu apartamento. Chamei-o para entrar, para conversar comigo e ele disse que não podia demorar, pois ainda não tinha olhado lugar para se hospedar. Disse que poderia ficar em meu apartamento e, como esperado, ele recusou. Não insisti e entramos no prédio. Abrindo a porta da sala, perguntei-o se gostaria de tomar alguma coisa e disse que havia preparado sanduiches para o lanche. Ele aprovou a idéia e, quando eu caminhava até a cozinha para buscá-los disse para ficar à vontade se quisesse tomar um banho. Enquanto tomava banho, liguei o som e preparei da forma mais aconchegante possível o espaço da sala de estar. Quando ele saiu do banho, não pude deixar de notar no forte cheiro de sabonete que impregnava a sua pele. Ele veio até o meu encontro e disse que não aguentava mais esperar. Agarrou-me pelos braços e me deu um longo beijo. Ficamos juntos a tarde toda e nem vimos o tempo passar. Era noite quando ele levantou correndo do sofá dizendo que devia procurar um lugar para passar os dias. Disse novamente que podia passar no meu apartamento. Ele me fitou com uma cara um pouco desconcertada e eu implorei que aceitasse passar pelo menos aquela noite, pois já estava tarde para procurar um lugar. Ele concordou. Me empolguei e disse que iria preparar o jantar. Ele me ajudou e preparamos um delicioso salmão. Enquanto assava, disse que havia uma surpresa e corri ao quarto para buscar a cadelinha.
- Fecha os olhos - gritei lá do quarto-.
- Tá bom!
- Pode abrir!- disse quando já me encontrava à frente dele-.

Ao abrir os olhos ele deparou com aquela cachorrinha pequenininha que, ao colocá-la nos braços o lambia e latia de felicidade.

- Que gracinha!
- E ela gostou de você!
- Qual o nome?
- Não sei! Escolhe um, afinal ela é sua!
- Que tal Mary?
- Lindo nome!

Ele colocou, cuidadosamente, a Mary no chão e me deu um longo beijo. Jantamos, assistimos filmes, conversamos, rimos, beijamos, abraçamos, brincamos e nos divertimos a noite toda. Eu, ele e a pequena Mary.


Domingo, 12 de Maio

Dormimos de "conchinha", abraçadinhos um com o outro, nos colchões que colocamos na sala. Levantamos e tomamos o café-da-manhã super empolgados.

- Você poderia me passar a geléia, por favor?
- Claro!

Peguei a geléia com a faca e passei-a sobre os braço mais próximo dele.

- Ei! O que você está fazendo?
- Passando a geléia!
- Sua boba!
- Bobo é você! - Disse rindo -.
- Agora vou ficar todo melecado de geléia!
- Dou um jeito! - Disse lambendo o braço dele!
- Ou!
- Hum... Saboroso!
- Besta!
- ... - Dei um belo sorriso -.
- Te amo!
- Eu também te amo, muito!
- Nossa, já está tarde, tenho que procurar o hotel!
- Gostaria de ficar para o almoço?
- Você é irresistível!
- Você quem é! Fique aqui no meu apartamento, por favor!
- Está bom! Fico só porque é muito bom está aqui ao seu lado!
- Gostaria de ficar pra sempre?

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Olhar doce...


- Ei!
- Célia! Boa noite!
- Boa Noite! E aí, como você está?
- Ah!Estou indo...
- O que aconteceu?
- Eu sou burra e...
- De maneira alguma!
- Ah! Sou sim! Não me saí bem no teste que tanto estudei!
- Não pense assim! Você só não estava devidamente preparada!
- Mas eu estudo, estudo, estudo e não me saio bem!
- Estudar não é o suficiente. Seu cérebro é igual e tem as mesmas funções que o meu, que o do presidente, que o do seu cantor preferido, que o do cara mais inteligente do mundo, a diferença ocorre na maneira como as idéias são organizadas. Talvez você não as organize da maneira como seu cérebro as guarde.E isto não é burrice, é apenas falta de auto-conhecimento.
- Não sei...Como eu descubro?
- Primeiro confie em si mesma. Delete de sua mente todos os pensamentos negativos a seu respeito.
- Vou tentar!
- Vai conseguir! Você será uma grande vencedora na vida se tiver auto-confiança, e para consegui-la você deve querer mudar, ter perseverança, paciência e não permitir que ninguém te menospreze!
- Você me faz tão bem!
- Eu a amo e estarei sempre ao teu lado, em qualquer momento e decisão de sua vida! Te respeito e te aceito como você é, independentemente!


O conhecimento é algo tão subjetivo que de maneira mágica e inexplicável nosso cérebro armazena. Muitas pessoas dizem que o conhecimento se dá, efetivamente, através da curiosidade, mas não creio ser apenas este fator. No meu ver, o principal motivo é o prazer. Sem o prazer pelas coisas básicas que compõe o saber, não vejo informações que durem de maneira efetiva no nosso cérebro que não tenham sido fundamentadas nos gostos e nas sensações.

Conhecer é algo tão abrangente que não envolve apenas matérias escolares, envolve a vida. Acredito que devemos ter um olhar mais doce para com as coisas que nos cerca, pois elas influirão de maneira efetiva em nossa vida, proporcionando um conhecer muito mais específico e penetrante. As decisões, os caminhos, as opções, tudo isso é baseado em conhecimento, tanto prévio quanto futuro.

- Um olhar doce em relação a você, a sua vida, as coisas que te compõe e as coisas que te cercam te ajudarão, efetivamente, a conhecer o mundo, a conhecer as coisas do mundo e, principalmente a conhecer você mesma!

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Quer ser meu amigo?


Ventava. A praça estava cheia de pessoas entretidas em seus compromissos individuais ou coletivos. Amigas conversando em direção ao restaurante da esquina, crianças trocando figurinhas perto da fonte, casais namorando sob a sombra das árvores e eu sentado no banco de madeira, desgastado pelo tempo, a espera de meus amigos. Não demora muito e eles chegam.

- Poxa Larissa! Eu, sinceramente, não consigo te entender!- Exclamou Gabriela -.
- Nossa gente! Boa tarde para vocês, também!- Intometi na conversa-.
- Olá Júlio! - Disse-me Carlos-.
- O que aconteceu com essas duas? - Questionei-.
- O problema é que a Larissa não consegue guardar segredo, e ela não admite que contou para os outros! - Bufou Gabriela-.
- Ah! Mas ela é muito mentirosa! - Brinquei-.
- Sou mesma!
- Estou brincando!
- Mas eu não! - Disse-me completamente convicta e certa do que dizia-.

Desvio minha atenção para a água da fonte. Me concentro no som que as gotas produzem ao se encontrarem com a água ou com as pedras do fundo. Ainda olhando para a fonte começo a pensar nos meus amigos. Começo a pensar no valor da amizade.

Possuo vários tipos de amigos: Amigos camaradas, amigos conselheiros, baladeiros, de momento, não importa. O que importa é que os verdadeiros amigos não se incluem em classificações como estas. O que me faz pensar mais ainda, pois a verdadeira amizade é algo que sempre buscamos, achamos que encontramos e logo nos decepcionamos. Verdadeiros amigos são raros, mas não são utópicos. Eu possuo verdadeiros amigos. Amizades contadas nos dedos. Não enchem nem uma mão. Talvez um ou dois dedos, mas menos de cinco, com certeza.

Penso também que não adianta apenas querer amigos verdadeiros se não fazemos o papel de um. Tento ser o mais verdadeiro possível para com quem realmente importa para mim, mas, talvez, não seja. Não na concepeção de "verdadeiro" deles. É tudo tão subjetivo.

Às vezes tenho vontade de ficar sozinho. Morar sozinho, viver sozinho. Mas, outras vezes sinto a necessidade de abraçar quem eu gosto. Passar um dia inteiro com esse amigo. Conversar, rir, chorar, receber e dar conselhos, não importa. Sempre estarei feliz em tê-lo ali, perto de mim. Estarei mais ainda em fazer o possível e o impossível para vê-lo bem, alegre. Defeitos e qualidades todos possuem. Não faço questão de ressaltar os defeitos das pessoas. São os fatores mais relevantes e fáceis de serem mudados presente na essência de cada indivíduo, portanto, pouco os caracterizam. As qualidades constituem a verdadeira essência. Elas realmente definem o caráter, são eternas. Talvez este seja o objetivo da vida: Consertar os defeitos e ressaltar as qualidades. E os amigos são fundamentais para alcançar esta meta. Com eles aprendemos a perdoar, esquecer, respeitar todos os defeitos que nos tenha magoado e, aprendemos, observamos e copiamos as qualidades de cada um. Mas, para que tudo isso aconteça devemos saber amar, o que poucos nesse mundo realmente sabem...


- Vocês vão contiuar emburradas uma com a outra? - Perguntou Carlos-.
- ...
- ...
- Mas, vocês são amigas a tanto tempo, porque não relevam?- Disse-
- Porque ela não muda!
- E nem vou mudar,fato.