terça-feira, 5 de maio de 2009

Terça, nem tanto desagradável...

As árvores refletem o sol, de uma maneira tão intensa, que o verde que elas possuem, brilhante, se espelha na poça d'água ao lado dos pombos que ciscam qualquer coisa no chão. Observo tudo isso do banco da praça que, provavelmente, já foi ocupado por mendigos com frio, casais apaixonados, idosos exaustos da pequena caminhada, mães com seus filhos no colo, ou até um empresário que decidiu sentar para procurar um papel em sua pasta. Mas agora sou eu. Um simples adolescente com seus problemas juvenis. Percebo que, às vezes, submerso em meus devaneios, congelo no tempo. Vivo devaneando. Penso na minha vida. A maioria dos problemas de jovens são considerados tão banais para as pessoas de mais experiência. Quem somos nós para classificar problemas alheios? Não importa. Inevitavelmente, eles continuarão a existir. Droga! Gosto de aprender a viver, e se não fosse esses embates da vida, como aprenderíamos? Não existe outra forma de o ser humano aprender sem tomar base no sofrimento, fato. Se não fossemos estúpidos o suficiente, não erraríamos e não sofreríamos, percebe? Pois é sofrendo que aprendemos a não errar. Trágico. Esse fato me leva a pensar se, realmente, somos os animais mais inteligentes. Talvez.

Às vezes sinto que estou sozinho no mundo e que não tenho em quem confiar. Procuro a saída desse abismo que se chama Terra e descubro que não entendo os homens. O ser humano é tão cruel com seu igual que, às vezes, me dá certa repugnância em ser um. Ainda bem que existem exceções, afinal, são elas que ajudam a equilibrar esse planeta. Poxa, há tantas pessoas que eu gosto nessa vida. Pessoas que você daria o sangue, sabe? Mas, nem sempre somos valorizados, o que leva, alguns, a desistir de continuar tentando. Não desisto - apesar de já ter me ferrado muito por causa disso -. Porém, infelizmente, não são todas as pessoas que merecem esse nosso esforço, compreende? Você pode até ajudar, mas a decepção pode ser maior. Nem todas querem ajuda. E o que você faz? Ajude a si mesmo. Como? Respeitando, tolerando e dando o tempo que for necessário para que aquela pessoa possa receber sua ajuda. Não crie inimigos. E nem seja um. Aprenda a perdoar, ou, às vezes, a ignorar.

Nesse momento passa um garoto de bicicleta que surpreende os pombos os fazendo voar por cima de mim. Assusto com a cena e me desligo do devaneio. Restabelecida a calma, apóio a cabeça no encosto do banco e observo a grande nuvem que navegava na imensidão azul. Me permito mais um pensamento e, quase que imediatamente, me vejo cercado de feras. Estas com as suas línguas venenosas, loucas para me lamber. Nem tudo está perdido, o céu continua azul celeste e o sol a brilhar me convidando para flutuar entre as nuvens e ser feliz. Acho que vou...

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