sábado, 1 de setembro de 2012

Lua azul

Dizem que a Lua tá azul. Blue moon. Dizem também que é raro esse fenômeno, cerca de dois em dois anos, sei lá. Duas luas cheias num mesmo mês. E ela tá tão bonita. Você devia olhar mais para o céu, sabia? Eu sei que você também viu a lua hoje. Mas só porque é um fenômeno raro e todo mundo estava comentando sobre, fala a verdade. Pois é, tem que olhar pro céu todo dia. Ele me acalma tanto.

Às vezes a gente fica tão focado nos nossos problemas, na nossa rotina, naquele ciclo tão pequeno que nos cerca que esquecemos que o mundo é muito maior. Sim, muito maior que essa vidinha medíocre a que gente leva e acha que arrasa.  Daí, quando eu olho pro céu, é como se sentisse o tamanho do Universo e percebesse que, na maioria das vezes, me desgasto por tão pouco. Cada mágoa é um pedaço da alma que é arrancado, sabia? E cada vez que eu olho pro céu e tenho essa sensação de que a vida é muito maior do que os limites que meu cérebro me impôs, minha alma se regenera. Vem aquele impulso de esquecer o passado, focar no futuro e viver o presente rumo aos sonhos que me preenchem e me fazem querer dizer um dia: Eu venci a vida. Entende? Eu sei que sempre vão existir problemas, que serei magoado, frustrado. Que encontrarei dificuldades, viverei rotinas. Sei que um dia desanimarei frente aos obstáculos, estes que surgirão aos montes. Sei disso. Mas, o que eu tô querendo dizer é que, independente disso tudo, sempre existirá o céu lá, dizendo pra mim que o mundo é muito maior que qualquer coisa. E daí, quando isso acontecer, quando eu perceber essa imensidão de vida, eu serei como a lua azul. Quebrarei as regras e estamparei, divinamente, o céu da minha vida. E, embora raro, serei um fenômeno de mim mesmo, iluminando meus caminhos com a minha luz própria que, aquele dia, brilhou mais forte. E, então, o impossível tornou-se possível.

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