quarta-feira, 1 de julho de 2009

Quer ser meu amigo?


Ventava. A praça estava cheia de pessoas entretidas em seus compromissos individuais ou coletivos. Amigas conversando em direção ao restaurante da esquina, crianças trocando figurinhas perto da fonte, casais namorando sob a sombra das árvores e eu sentado no banco de madeira, desgastado pelo tempo, a espera de meus amigos. Não demora muito e eles chegam.

- Poxa Larissa! Eu, sinceramente, não consigo te entender!- Exclamou Gabriela -.
- Nossa gente! Boa tarde para vocês, também!- Intometi na conversa-.
- Olá Júlio! - Disse-me Carlos-.
- O que aconteceu com essas duas? - Questionei-.
- O problema é que a Larissa não consegue guardar segredo, e ela não admite que contou para os outros! - Bufou Gabriela-.
- Ah! Mas ela é muito mentirosa! - Brinquei-.
- Sou mesma!
- Estou brincando!
- Mas eu não! - Disse-me completamente convicta e certa do que dizia-.

Desvio minha atenção para a água da fonte. Me concentro no som que as gotas produzem ao se encontrarem com a água ou com as pedras do fundo. Ainda olhando para a fonte começo a pensar nos meus amigos. Começo a pensar no valor da amizade.

Possuo vários tipos de amigos: Amigos camaradas, amigos conselheiros, baladeiros, de momento, não importa. O que importa é que os verdadeiros amigos não se incluem em classificações como estas. O que me faz pensar mais ainda, pois a verdadeira amizade é algo que sempre buscamos, achamos que encontramos e logo nos decepcionamos. Verdadeiros amigos são raros, mas não são utópicos. Eu possuo verdadeiros amigos. Amizades contadas nos dedos. Não enchem nem uma mão. Talvez um ou dois dedos, mas menos de cinco, com certeza.

Penso também que não adianta apenas querer amigos verdadeiros se não fazemos o papel de um. Tento ser o mais verdadeiro possível para com quem realmente importa para mim, mas, talvez, não seja. Não na concepeção de "verdadeiro" deles. É tudo tão subjetivo.

Às vezes tenho vontade de ficar sozinho. Morar sozinho, viver sozinho. Mas, outras vezes sinto a necessidade de abraçar quem eu gosto. Passar um dia inteiro com esse amigo. Conversar, rir, chorar, receber e dar conselhos, não importa. Sempre estarei feliz em tê-lo ali, perto de mim. Estarei mais ainda em fazer o possível e o impossível para vê-lo bem, alegre. Defeitos e qualidades todos possuem. Não faço questão de ressaltar os defeitos das pessoas. São os fatores mais relevantes e fáceis de serem mudados presente na essência de cada indivíduo, portanto, pouco os caracterizam. As qualidades constituem a verdadeira essência. Elas realmente definem o caráter, são eternas. Talvez este seja o objetivo da vida: Consertar os defeitos e ressaltar as qualidades. E os amigos são fundamentais para alcançar esta meta. Com eles aprendemos a perdoar, esquecer, respeitar todos os defeitos que nos tenha magoado e, aprendemos, observamos e copiamos as qualidades de cada um. Mas, para que tudo isso aconteça devemos saber amar, o que poucos nesse mundo realmente sabem...


- Vocês vão contiuar emburradas uma com a outra? - Perguntou Carlos-.
- ...
- ...
- Mas, vocês são amigas a tanto tempo, porque não relevam?- Disse-
- Porque ela não muda!
- E nem vou mudar,fato.

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