sábado, 28 de julho de 2012

(Des)conhecido...

Nunca ouvi sua voz, nem vi a textura da sua pele. Nunca senti seu olhar me tocando, embora sei que já tenha me visto antes. Nunca senti o calor da sua presença mesmo sabendo que seu rosto ficou bem próximo da minha mão pela tela do celular. Nunca fui abraçado por você, apesar de sentir no peito um aperto a cada palavra que você dizia. Nunca vi você sorrindo, ainda que tenha visto o seu sorriso congelado numa foto. Nunca vi você, apesar de já ter nos apresentado antes.

Me embriaguei de certa timidez ao falar contigo pela primeira vez. Talvez pelo medo de que me achasse igual aos outros, que terminam a conversa em coisas fúteis e banais sem se quer interessar em descobrir as coisas fantásticas que cada um abriga dentro de si. Sim, porque todo mundo tem um universo dentro desses poucos centímetros de tórax. Universo capaz de encantar muitos outros mundos por ai. E é o que mais tem me cativado em uma pessoa. Então, eu, com o meu jeitinho, me pus a tentar descobrir um pouco desse seu universo. Eu sei que existe consequência pra tudo e, sem pestanejar, entrei de cabeça nessa aventura. Evidentemente que abri as portas do meu universo pra você também. Mas assim que é bom. Choque de dois mundos, onde as idéias se misturam e embaralham acrescentando coisas pras almas. Falando em almas, esse foi um dentre os assuntos que tivemos durante aquela madrugada. Lembro bem daquele...como se diz mesmo? "Feeling"? Aquele "feeling" que tivemos. Como se nossas essências se destacassem dentre várias outras num mar de almas perdidas. Um leão e um centauro. Representantes da casa do fogo segundo a astrologia, resultado: afinidade previsível. O engraçado é que foi tão natural a forma como as coisas se desenrolaram que as horas passaram sem que eu percebesse. O chá esfriou sobre a escrivaninha. A lapiseira esquecida sobre os traços do desenho inacabado. O frio nos pés nem me atormentavam mais. Fiquei tão envolvido que, mesmo longe, te sentia perto.

Dormi porque já era tarde. Mas custei a pegar no sono. Sabe como é, né?! Coraçãozinho cheio de alegria é igual criança cheia de birra: faz de tudo pra quebrar as regras. E como uma criança que faz tudo escondidinho, se deliciando silenciosamente de cada traquinagem que só pra ela faz sentido, desejando com todas as forças não ser descoberta, eu passei parte do dia de hoje admirando seu sorriso congelado na foto na esperança de que um dia, aquela alegria toda fosse pra mim. Porque não há alegria maior do que um mundo inteiro sorrindo pra você, com você.

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