O ser humano é inconstante. Mas os sentimentos não. Eles sempre seguem uma linha na constância dos acontecimentos vividos, experienciados. Contudo, ao misturamos essas duas propriedades antagônicas, o que inevitavelmente vai ocorrer, entramos em uma situação de extrema delicadeza. Trocando em miúdos, o que quero dizer é que o ser humano sempre vai se apaixonar e sofrer por isso. Sempre vai rir e chorar por algo. Sempre vai querer e repugnar alguma coisa. O ser humano é inconstante. Satisfação é uma palavra utópica. Quanto mais próximo dela, mais momentânea ela é. Dura pouco, escoa rápido. E em breve a angústia bate na porta em busca de novas realizações. Isso nos move, de certa forma. Nunca estamos parados, pelo contrário, sempre em busca de algo, palpável ou não. Porém, chega um momento em que a estabilidade se torna nosso maior objetivo. E como a satisfação, a estabilidade sentimental chega a ser uma fantasia. Repito mais uma vez: o ser humano é inconstante.
Estável ou não. Satisfeito ou não. A minha vontade de você se fixou em minha essência por tempo indeterminado. Eu sou inconstante. Você é inconstante. E o que hoje eu sinto por você depende da constância dos fatos que a sua inconstância se mostra influente na minha inconstância. Complicado, não? O ser humano é inconstante. E a inconstância é um jeito de complicar as coisas.
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