sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Confissões em um Divã

Sobre coisas que não devem ser ditas, mas feitas.

Há uma coisa em mim que me perturba. Ontem mesmo eu estava no divã relatando os acontecimentos da minha vida quando minha terapeuta puxou esse assunto. É algo intrínseco, que influi muito no meu jeito de sentir as coisas e que varia de pessoa pra pessoa. Não, o sexo não tem importância, nem mesmo a orientação sexual. O engraçado é que li em um livro dias atrás que todos nós possuímos uma parte masculina e uma parte feminina. E, dependendo das nossas ações e dos fatos, o equilíbrio desses lados se quebra e agimos ora mais "femininos" e ora mais "masculinos". Já disse que não tem haver com sexualidade! A ciência explica que o lado feminino é um lado mais sentimental, afetuoso e já o lado masculino, um lado mais racional, frio. Agora entendeu? Então, retomando: Eu disse que ontem, quando estava no divã minha terapeuta me fez enxergar que meu lado "feminino" é mais evidente nas minhas relações afetivas. Talvez esse meu lado afetuoso, carinhoso que demonstra meu sentimento tão explicitamente gera uma procura de afeto. Não, não sei se se trata de carência. É uma sede insaciável de demonstrar afeto, de sentir amado, de mostrar amar. Enfim, loucura, pensei. Não gente, não é errado ser afetuoso, nem certo. Na verdade não existe um porque nem um motivo, simplesmente sou assim, algumas pessoas são assim. Não adianta eu pensar em como solucionar isso, acredito que tenho que aprender a melhor forma de conviver com isso, sem que me prejudique tanto e que prejudique quem está envolvido comigo, entende? Eu sei! Claro que eu sei que as pessoas são diferentes! Mas conviver com as diferenças não é apenas respeitar, é sobreviver! Não não, eu sei que não sou perfeito. É óbvio! Mas o que custa eu tentar mudar os meus defeitos? Aprender com os erros. Sei que eu sou dessa forma e isso pode ser errado, eu tenho que me aceitar assim, mas eu não posso ignorar e continuar errando, compreende? E justamente por não ser perfeito eu tenho limites, não consigo aceitar tudo. Não, não estou falando de você, estou falando de mim. O nosso namoro? O que que tem? É a minha forma de encarar isso, tente entender. Você não precisa ser igual a mim, só precisa ser um pouco mais compreensiva, acredito. Você não está me entendendo?Eu tava querendo dizer que...Não! Não se estresse! Por que você tá gritando? Eu só precisava desabafar...Eu sei! Ai, não complica! Mudar de assunto? Olha, realmente você não é minha terapeuta! Ignorante, eu? Você está irritada, não vou falar mais disso com você dessa forma. Uhum. O que tem minha terapeuta? Não ela não coloca coisas na minha cabeça, me ajuda a entendê-las. Não meu bem, não disse que é você quem coloca...Olha. Amor. Amor, me escuta. Tá, entendi. Amor, amor me escuta. Olha eu entendi que você faz de tudo pelo meu bem. Entendi que você me ama, eu também te amo. Não, não! Não estou querendo achar motivos para a gente brigar não. Olha, vamos fazer o seguinte, você vai pra casa, descansa, tenta ser um pouco mais compreensiva. E eu? Onde que eu vou? Ahh..preocupa não, vou na minha terapeuta! Aliás, já estou atrasado!

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